segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Uma manhã, uma atitude, um desafio...

Toque no celular. Poderia ser algum telefonema em plena 7h da manhã. Mas não, é o meu despertador sempre configurado pra essa hora: 7h. Todos os dias são assim. Mas pra fazer o quê? Nem sei, só acordo nesse horário por acordar e pra me sentir assim, acordado. Não sonho, não tenho lembranças de uma noite de pedra. Parece que simplesmente fui tomado do fardo que é pensar na vida durante aquelas oito horas naquela macia cama. Dormir, simplesmente dormir. Levanto, passando a mão no rosto como se aquilo fosse tirar a enorme vontade de voltar para aquela confortável criação humana na qual me afastei instantes anteriores. Calendário a frente, vejo uma segunda-feira. Bela merda... Plena segunda e só tenho a obrigação de ir a dois lugares hoje, uma que a menos de 500m resolverei, outra que apenas uns R$2,10 resolverão fáceis, fáceis. E assim irá terminar meu dia. Será? Esses serão eventos previsíveis, mas o que acontecerá hoje realmente? E um mistério cai sobre mim... O hoje já é um mistério. Tomo meu banho como é de costume e volto ao meu quarto. Maldito cubículo que aflora minha imaginação, crio um mundo naquele lugar solitário. Tenho que sair... Não para os dois eventos de hoje, mas para algum lugar ou simplesmente qualquer lugar. Saí, não sei pra qual caminho, mas apenas saí. E que se dane tudo, que se dane o mundo, só quero curtir e aprender o que é a vida, deixe me sair, uma hora eu volto, uma hora qualquer...
Peguei o primeiro ônibus que vi e fui numa aventura a um desconhecido. Ele percorria lugares que eu conhecia e destes tantos lugares, um que traria lembranças. Logo eu, que apenas queria sair de algo queria agora voltar a outro, meu sair é simplesmente entrar em outra coisa... Desloquei-me a uma praça. Não era como todas as outras que já tinha visto, essa tinha alguém que mesmo ao longe e em movimento consegui enxergar. Tão confuso pelo momento, guiei minha mão para cima buscando aquela cordinha. Depois de tatear duas vezes o vazio, consegui puxar e assim pedir pra que o ônibus parasse. Então por um instante eu parei e respirei, cada suspiro entoava na minha mente a pergunta: quem será ela? Nunca tinha visto-a antes, mas pra mim é como se fôssemos destinados a nos ver, nos falar, a compartilharmos nossas vidas.
Então me aproximei. E ia em sua direção, estando ela apenas sozinha, naquele sol da manhã... Não tão agressivo, mas bem suave, o suficiente para aquecer nossos corações e tão tênue para evitar suemos de leve pelo calor, mas não que suemos nossos corpos ao te tomar em meus braços. Imaginava tudo isso a cada passo que me aproximava... Realmente um louco. Imaginar tudo isso por alguém que nem conhece, não sabia nome, idade, telefone. Só tinha a sua imagem e a minha idéia sobre você. As vezes é apenas isso que somos e temos um do outro, apenas a idéia. Quando me aproximei dela eu não sabia o que falar, parei e fiquei olhando. Para seus olhos, para seus lábios aos quais gostaria de sentir junto aos meus, vi seu cabelo tão liso que poderia passar o dia passando minha mão por eles sem que ao menos sentisse cansaço. Simplesmente parei. Ela perguntou se estava tudo bem comigo, então respondi com apenas um Sim. E assim se passaram vários segundos, intermináveis segundos.
E ela questiona novamente:

— Está tudo bem mesmo?

Respondo:
— Na verdade não...
Ela pergunta:

— Você quer me contar o que está acontecendo? Talvez eu possa ajudá-lo ou pelo menos tentar, mas só poderei fazer isso quando você me disser.

Não aguentando mais aquela situação e meus dias que começam as 7h por motivo algum então resolvi falar:

— Você já parou pra pensar o sentido de tudo? O motivo de viver, estar fazendo as coisas que faz e simplesmente não e
ncontrar uma razão concreta para isso? Eu sempre me entedio ao pensar nessas coisas, mas é incrível como essas indagações sempre decaem sobre mim. Sei que não sou o único a me preocupar com isso, acho que perguntas como essa já desafiaram homem por séculos e uma real resposta nunca foi encontrada. Hoje quis fazer algo diferente para encontrar esse algo concreto, uma resposta para mim. Então quebrei minha rotina, peguei o primeiro ônibus que vi e ao passar por aqui, mesmo distante consegui lhe ver. Achei que você poderia ser a resposta para minhas dúvidas ou quem sabe o rumo que poderia ter para encontrar essas respostas. De tantas dúvidas queria ver em você a minha certeza, a minha resposta.
Ela então se admirou comigo, alguém que até então só conseguia dizer um sim como resposta dizer tantas coisas interessantes. Depois disso, fiquei em dúvida sobre ela, estando ali tão cedo e aparentemente tão solitária.
— O que fazes aqui com esse olhar tão solitário?
Ela então me surpreende respondendo:
— Apenas te esperando... Toda manhã venho aqui em busca de respostas também, faço isso há muito tempo. Não encontro em outras pessoas as razões pela qual busco, mas acho que minha busca acabou agora que te vi.
Eu simplesmente me senti confortavelmente atingido pela sua mensagem. Aproximávamo-nos um do outro, minha mão era guiada em direção ao seu rosto e conseguia pouco a pouco ouvir sua respiração e a doçura de sua face meiga próxima a minha. Quando estava tão próximo a beijá-la...
Escuto um som. Abro meus olhos, era meu celular e vejo que são 7h.
Eu que há tempos reclamava que não possuia um sonho, hoje desfrutei de um. Queria dormir de novo sentir aquele doce prelúdio do ósculo, mas era algo impossível. Então tomei banho, me arrumei e saí.
E ao me dirigir a parada de ônibus vi o mesmo na qual havia pego quando sonhava, então imaginei: será que me guiará até vê-la de novo? Ele ficou parado na minha frente por alguns segundos e minha vontade era de pegá-lo só pra colocar em prova se realmente poderia ser real, poderia ela estar esperando por mim, poderia eu conseguir as respostas para minhas dúvidas. Eu então o peguei.
Esse ônibus é a nossa vida, que nos guia pela nossa vontade num caminho cheio de dúvidas com as quais temos sempre que nos desafiarmos a entender. Não sei se poderei encontrá-la, nem sei se ela espera por mim, mas já estou nesse ônibus e pela janela eu observo até te encontrar e quando assim fizer, pode ter por certo, que puxarei essa cordinha e irei até você, buscando explicações das dúvidas que de mim criei e que apenas você poderá me ajudar.
Wellington Sousa

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Quando o cansaço nos vence...

Ao final do dia somos saturados por algo que criamos e a primeira vista nos realiza, mas a distância que o tempo cria entre o ideal e o real se mostra bem mais verdadeiro que a própria verdade. Confuso? Talvez, mas o que não é confuso nessa vida? A síntese de tudo isso que falei pode ser representado em uma palavra: rotina. Viver é ser apego a hábitos, costumes... Estes que nos descrevem e ajudam a representar a nós mesmos. Mas até quando a rotina se torna prejudicial? Melhor mesmo é parar, simplesmente parar. Fechar os olhos para o que enxergamos e abri-los para o que sentimos. E mesmo que esse ainda insista numa rotina, de amar incansavelmente alguém, tão distante de ti, por mais próximo que você pensa estar, então é melhor usar a razão. Vale a pena? Quão disposto está a sacrificar o tempo, os sonhos, suspiros por alguém... Alguém incerto de você... Alguém incerto de si? As vezes gostamos de errar... Erro sempre, comigo, com os outros... Errar, errar... Mas nunca aprendo. Por quê? As vezes o universo conspira para que o filme se repita, com outros personagens, mas tendo eu como principal ator, mas diferente dos filmes o final feliz nunca acontece. Ah... Viver, viver... É isso? Eu só quero voltar pra casa, deitar tranquilo numa tarde de domingo. Sem nada me preocupar. E mesmo sendo uma segunda-feira, não teria algo ou alguém a me entristecer, seria como a felicidade que se revela a cada segundo que passe. Ou o sentimento de Paz que há tempos eu perdi e que procuro incansavelmente comigo. Acho que posso tornar mais interessante. Como? Não sei... Mas irei reconsiderar tudo que fiz e assim aprender a viver e apreender o que vivo.. Passar pela vida e não me arrepender do que fiz e do que sempre farei. Alegrando, entristecendo, desesperando ou simplesmente amando... Um simples amar... Ou um grande Amor.
Wellington Sousa