Quando procuro entender, mais me desentendo. Quem sou eu? Eu sou? Questionamentos vazios para um alguém que carece de preenchimento. Eu. Duas letras para definir uma pessoa, mas como obter tal proeza? Eu. Ser impaciente e eloquente a fim de vencer. Eu. Ser que tenta viver. Eu, apenas eu. Nesse meu pequenino mundo, crio a imensidão de um desafio, desafio-me sempre. Dia após dia, noite após noite, suspiro após suspiro. Inconformismo. Faço-o comigo, não me contento com nada, nem me contento com tudo, pois caso assim fizesse pelo que lutar? Pelo que sofrer? Pelo que viver? Pelo quê? O eu não é autossuficiente. O eu não encontra apenas em si o sentido pleno. Para mim nada adianta o "eu" se um dia não puder dizer "Nós". Mesmo assim, não iria garantir a resposta da intenta que de mim criei, mas ao menos saberia que contigo teria um viés nessa busca incessante de entender-me. Nós... e não Eu. Morreria em mim a tristeza da solidão, apagaria em mim o tempo regresso e progresso de amargura. Seguraria a eterna luz dos sonhos, assim repousando eternamente para encontrar-lhe. Queria que fosse assim se você saísse da inércia de se esconder e revelasse tua face diante de mim. Sei que está em algum lugar, não sei onde está, nem aonde andas, mas aqui estou. Não surgira até agora, eu percebera. Pois do contrário, nas minhas tentativas de cultivar o máximo da nobreza sentimental por alguém, seria eu contido na sustentanção frustrada por um outro alguém. Alguém tão diferente de ti. Vale assim, aguardar ou sobreviver em poesias sem nexo a inquietude do Eu. Apenas Eu.
Wellington Sousa